Por Isabella Goulart
Em “Euphoria”, série original da HBO, acompanhamos Rue Benett, uma garota de 16 anos que desenvolveu dependência química no início da adolescência, enquanto o pai lutava contra o câncer. Por estar vivendo um luto, pela perda de seu familiar mais próximo, ela encontrava conforto na realidade distorcida que os opioides a forneciam.

Fora das telas, essa não é uma experiência incomum entre os jovens, principalmente aqueles que vivenciam situações problemáticas nos ambientes de seu convívio.
A infância possui um papel crucial no desenvolvimento cognitivo e social do indivíduo, podendo ser positivo ou negativo, dependendo dessa realidade. A violência, o abuso verbal e sexual são experiências que, geralmente, os dependentes enfrentam enquanto crianças. Segundo pesquisa recente feita pela Lenad (Levantamento Nacional de Álcool e Drogas), 21,7% dos jovens entrevistados afirmaram que sofreram agressões. Dentre elas, foram relatados empurrões, insultos, ameaças com armas ou facas etc.
O papel das mídias
Há uma grande glamourização do uso de entorpecentes. Em muitas situações, o adolescente pode ser influenciável, e utiliza essas substâncias em um primeiro momento como forma de pertencimento e validação de seus colegas, sem entender as consequências posteriores.
O jovem se torna suscetível à pressão social para fazer parte de um grupo, ser visto como alguém que não teme autoridades, acompanhar o ritmo das pessoas com as quais convive e postar nas mídias sociais uma realidade completamente alterada. Ao perceber o resultado do uso desenfreado de drogas, o vício já se fez presente.
Apesar disso, de acordo com dados divulgados pela CNN Brasil, a porcentagem de jovens estadunidenses que já utilizaram drogas ilícitas caiu 25% nos dois últimos anos. Pesquisadores da Universidade de Michigan afirmam que a queda significativa dos números se deu pelo isolamento na pandemia, momento em que festas e reuniões com amigos deixaram de fazer parte do cotidiano desses adolescentes.
O urgente combate às drogas
Devido ao cenário atual, urge a organização de políticas públicas para que o jovem e sua família tenham amparo governamental. O Brasil tem uma vasta quantidade de ministérios capazes e criados para este fim. Ademais, o apoio da mídia também é considerado essencial nessa questão, devido ao grande poder influenciador que exerce sobre a sociedade globalizada em que vivemos. Campanhas, propagandas e até mesmo seriados, como o “Euphoria”, que mostra abertamente as consequências do abuso de entorpecentes, podem ajudar a reduzir drasticamente essa realidade preocupante para a juventude e toda a sociedade brasileira.